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domingo, dezembro 30, 2007

Vicente Moura prespectiva conquista de 4 a 5 medalhas em Pequim

As expectativas nunca estiveram tão altas e o próprio presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Vicente Moura, é o primeiro a admitir "a conquista de quatro ou cinco medalhas e 64 pontos" nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim.

Seria então a melhor participação olímpica nos Jogos da Era Moderna, pois Portugal jamais foi além de três medalhas. Em Atenas 2004, o país conquistou a Prata por Francis Obikwelu (Atletismo, 100 metros) e Sérgio Paulinho (Ciclismo, Prova de Estrada em Linha) e o Bronze por Rui Silva (Atletismo, 1.500 metros).

Na capital grega, Portugal somou 44 pontos, referentes às três medalhas referidas e por colocar dez atletas classificados até o oitavo lugar e 25 no Top 16 das respectivas competições.

O poder político acentua o optimismo e o ministro português da Presidência, Pedro Silva Pereira, mencionou recentemente o "clima especial" em torno da preparação portuguesa, desejando "toda a sorte do mundo" aos atletas.

O governo isentou de IRS as bolsas olímpicas e o seu pagamento passará para o COP em 2008, medidas anunciadas este ano pelo secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, que em várias ocasiões destacou o "cumprimento escrupuloso" do contrato olímpico.


O peso sobre os ombros dos atletas começa agora a ser sentido e Vicente Moura é o primeiro a admitir que agora "precisam de tranquilidade e não de pressão", embora a sua continuação à frente do comité olímpico dependa dos resultados.

O presidente da Federação Portuguesa de Ginástica, Manuel Boa de Jesus, será o chefe da missão - ao lado da sua homóloga dos Trampolins e Desportos Acrobáticos, Celeste Gil. Os dois têm a responsabilidade de garantir as melhores condições possíveis ao grupo de atletas, que deverá oscilar entre os 60 e os 80 competidores.

O número fica longe do recorde de 108 atletas presentes em Atlanta, em 1996, embora naquela edição o número foi dilatado pelos 22 jogadores da seleção portuguesa de Futebol. A segunda maior participação aconteceu em Barcelona, em 1992, com 102 atletas.

A oito meses do início da prova (que acontece entre 8 e 24 de Agosto), 44 atletas portugueses já carimbaram o passaporte para a capital chinesa.



A lista de candidatos a medalhas para 2008 é um exercício de futurologia que apenas compromete quem a ele se dedica, mas é inegável que, no topo, surgem nomes como Vanessa Fernandes (Triatlo), Telma Monteiro (Judo - Cat. -52Kg), Nelson Évora e Naide Gomes (Atletismo - Triplo Salto e Salto em Comprimento) ou Joaquim Videira (Esgrima).

O exercício pode se tornar ainda mais complicado, e obrigar a recursos quase astrológicos, caso se inclua uma das jovens promessas do desporto nacional, Emanuel Silva (Canoagem), ou consagrados como Gustavo Lima, João Rodrigues e a dupla Álvaro Marinho e Miguel Nunes (Vela).

Tudo dependerá de simples momentos de inspiração, ou do correto alinhamento dos astros, mas Portugal tem fundadas esperanças de trazer de Pequim (China) uma mala cheia de medalhas e bons resultados, até porque os atletas nunca tiveram tão boas condições.


Por Jorge Figueira, jornalista "Agência Lusa"

sexta-feira, dezembro 21, 2007

BOCOG debate qualidade do ar em Pequim

A qualidade do ar em Pequim durante os JO'2008 foi o tema mais debatido na reunião de fim de ano da Comissão Organizadora das Olimpíadas (BOCOG), informa hoje a imprensa chinesa.

Depois de tomar conhecimento desta notícia, o presidente desta Comissão, Liu Qi, afirmou que a qualidade do ar em Pequim é um grande problema mas o BOCOG está "determinado em assegurar que as condições atmosféricas vão estar de acordo com os critérios em Agosto de 2008".

O responsável máximo do Comité Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, ouviu as declarações de Qi e respondeu que em Agosto de 2007 (quando foi simulado um esquema de redução de poluição em Pequim) o BOCOG entregou em Lausanne (Suiça) um dossier preocupante sobre a qualidade do ar, mas que até hoje nada foi feito para reduzir os níveis de CO2 na capital chinesa. O COI admitiu até, que pode adiar competições mais longas, como a Maratona, por "um ou dois dias", se as condições atmosféricas não forem favoráveis.

A confirmar estas palavras de Rogge, o jornal China Daily publica hoje a notícia de que a Comissão Médica do COI esteve em Pequim a analisar o ar da cidade.

Mas um relatório do East-West Wire (uma empresa sediada no Havai) afirma, também no dia de hoje, que o governo chinês, transferiu as industrias de carvão da capital para a periferia de Pequim, como medida de redução dos níveis de poluição.

O mesmo documento acrescenta que essas fábricas vão parar a sua produção durante os Jogos Olímpicos, porque os níveis de dióxido de enxofre são muito preocupantes.

Já em Outubro, o Presidente da Shougang (a maior empresa do sector do aço), Zhu Jimin, tinha dito que estaria disposto a mandar parar a produção da sua industria durante as Olímpiadas.

A imprensa chinesa, também informa hoje, que um grupo de especialistas do Governo elaborou um plano severo para limpar o ar de Pequim e que esse plano já tinha sido aprovado pelo Conselho de Estado chinês em Outubro.

Os especialistas dizem que se removerem um grande número de automóveis das ruas da cidade e se fecharem as fábricas de carvão durante dois meses, os céus da capital da China ficam mais limpos.

A confirmar esta afirmação está um estudo de uma empresa pública, que diz que "em Agosto, durante os quatro dias em que foi feito um controle da poluição, esta diminuiu cerca de 15 a 20%". Em declarações ao jornal chinês China Daily, Yang Fuqiang, especialista em meio-ambiente, afirmou que se forem tomadas medidas extremas "a poluição pode diminuir cerca de 50 a 60% no próximo ano".

Além disto, o plano do Governo chinês, visa também modernizar as 1400 estações de gás, para evitar que haja vaporização de petróleo, e substituir os mais de 7000 autocarros poluentes por outros mais ecológicos.

O China Daily acrescenta ainda que Pequim é uma das cidades mais poluidas do Mundo, que é a capital do país que mais polui e que enfrenta graves problemas de contaminação atmosférica, aquática e terrestre.

A mesma publicação diz que os grandes rios chineses estão poluidos, que em mais de um terço da China a chuva é ácida e que mais de 300 milhões de pessoas das àreas rurais não tem acesso a àgua potável.

Em relação aos Jogos, o jornal chinês afirma que muitos dos trabalhos de construção das infra-estruras para as Olimpíadas ainda estão por acabar, o mesmo acontecendo com os planos de contigência para o periodo que antecede o envento e para todo o calendário olímpico.


Por João Miguel Pereira, jornalista "Sport Blog"