Grupo Recreativo Quinta da Lomba: Arnaldo Pascoal considera que "este pode ser um ano recheado de sucessos"
O Grupo Recreativo Quinta da Lomba conta neste momento com mais de 700 sócios e tem-se destacado pelos excelentes resultados alcançados pela equipa de Atletismo.
Mesmo com fracas condições, os atletas desta colectividade têm conseguido brilhantes prestações em provas internacionais, o que os faz sair precocemente para clubes com outra projecção, como é o caso do Sporting, do F.C. Porto e do Benfica.
Em entrevista ao Jornal do Barreiro, Arnaldo Pascoal falou do seu clube e dos seus desejos para uma época desportiva que está quase a começar.
O presidente da colectividade começou por dizer que "as principais dificuldades que o Recreativo atravessa são as mesmas que os outros clubes têm, pois a crise toca a todos".
Mesmo assim, Pascoal acredita que "esta época vai ser recheada de sucessos, pois a força de vontade de todos que aqui trabalham, há-de levar este clube a bom porto".
O presidente do Recreativo explicou também que "apesar da situação económica estar a descer, o clube tem conseguido com algum malabarismo e muita persistência manter as suas portas abertas e manter todas as suas actividades quer culturais, sociais, recreativas e desportivas".
Arnaldo Pascoal considera que apesar de ser considerado um clube desportivo, "o Recreativo também tem acções culturais e sociais, como por exemplo o associativismo. Apesar de existem muitas pessoas que conhecem o clube, nunca militaram ou sequer participaram na vida associativa".
Pascoal diz ainda que "o clube está de boa saúde, mas os directores já não. Estamos muito cansados e fartos de promessas que nunca irão ser cumpridas. Nós damos o nosso melhor, mas se ninguém nos ajuda, não podemos fazer mais nada e isso desanima; mas, apesar do desânimo, nunca desistimos nem perdemos o fulgor de continuar a trabalhar para mantermos este clube de boa saúde, apesar de cada vez ser mais difícil".
O presidente da colectividade referiu ainda que "grande parte das receitas do Recreativo vêm de um pequeno bar que nós temos perto da sede, que já foi alvo de várias polémicas. Como nós somos uma associação sem fins lucrativos, achamos que não deveríamos pagar os mesmos impostos que os outros espaços comerciais, que são feitos com um intuito de ter lucros ao fim do ano; e realmente não pagávamos, mas depois a inveja dos outros veio ao cimo e o Governo confronta-nos com um decreto-lei que nos tira vários milhares de euros no final do ano civil, o que nos complica ainda mais as contas".
Arnaldo Pascoal afirmou ainda que "o nosso bar tem lucros três vezes inferiores aos cafés aqui da zona, e ainda não fechámos porque queremos o bem dos nossos associados, que são o «motor» desta colectividade".
Além do bar, o clube consegue tirar receitas através de um contrato que tem com algumas lojas de comércio tradicional, onde os donos são associados ou amigos dos associados, mas mesmo assim "esses apoios são muito poucos, o que não dá para manter nem metade das modalidades que o Recreativo desenvolve".
Apesar do comércio local ajudar, Arnaldo Pascoal considera que "não o deveriam fazer, pois o Estado é que tinha obrigação de nos ajudar, mas infelizmente não nos passa cartão. Para o governo só existe o Porto, o Sporting e o Benfica, mais ninguém, e assim é difícil manter uma relação sã com o poder que não tem consideração nenhuma pelo nosso trabalho social, cultural e recreativo".
O presidente do clube não gosta "de políticos", mas admitiu que o líder da Câmara Municipal do Barreiro, "tem feito um esforço para dar à nossa colectividade um determinado apoio para ajudar a formar os nossos jovens, o que irá desenvolver o desporto no concelho".
Sobre os associados que frequentam o clube, Pascoal não tem qualquer crítica a fazer, até porque "existe uma grande relação de afectividade entre a colectividade e os associados, pois temos a sede sempre cheia, de manhã à noite. Mas também temos um problema, é que com o passar dos anos vemos que há um decréscimo de pessoas a frequentar o clube, o que nos leva a pensar que há uma crise forte ou então um desânimo dos associados. Mas eu não acredito no desânimo das pessoas, porque nos bailes, confraternizações e almoços, a maioria dos associados e da população de Santo André adere com muito gosto e até nos ajuda na preparação de tudo, desde a alimentação até à decoração do espaço".
Em relação às modalidades que se podem praticar no clube, Arnaldo Pascoal destaca o Atletismo, considerando mesmo "a menina dos olhos desta colectividade".
O presidente explicou ainda que o "objectivo do Recreativo não é encontrar jovens de alto gabarito, mas sim poder facultar a prática desportiva a todos os jovens do concelho e do distrito".
Apesar do clube ter ganho vários títulos nesta modalidade, Pascoal destaca que "a captação e a formação dos jovens é o mais importante, pois temos que ocupar os tempos livres desta rapaziada, para que não andem para aí a roubar ou a fazer qualquer coisa de mal. Temos que os chamar, dar-lhes tempo para fazer o que gostam, acarinha-los e apoia-los, para que eles se sintam importantes e verdadeiros membros desta sociedade".
O líder do Recreativo afirmou ainda que "o Atletismo é a grande bandeira do clube, porque é aí que temos tido as maiores virtudes, o que nos dá alento para tentarmos fazer mais e melhor, apesar de alguns pais não agradecerem nem reconhecerem o esforço que os técnicos aqui fazem em prol destes jovens, do desporto e da colectividade, muitas vezes sacrificando a sua vida pessoal".
Silvestre Gomes, vice-presidente e treinador de Atletismo do Recreativo entrou na conversa para afirmar que "o Barreiro não tem as condições necessárias para a prática do Atletismo e como tal temos que ir duas vezes por semana para a Pista Carla Sacramento, no Seixal, para treinarmos alguns aspectos específicos. Nos outros dias treinamos nas pistas da escola do Vale da Amoreira".
Gomes acrescentou ainda que "nem todos os atletas vão ao Seixal, pois só podemos ir de noite e alguns pais não deixam os seus filhos sair de casa após as 18 horas. Além disso, o clube só tem uma carrinha que não dá para levar todo o pessoal. Gostaríamos de ter uma pista aqui no Barreiro e não temos, nem sequer um local para treinar".
Mesmo assim, o clube tem conseguido grandes resultados devido "à boa organização que existe no clube, bem como à boa vontade dos atletas. Estamos a fazer um bom trabalho e isso é reconhecido pelos clubes grandes, que já nos compraram alguns atletas. É bom, mas o dinheiro que nos dão não chega nem para pagar as despesas, pois os valores obtidos numa transferência de um praticante de Atletismo não têm nada a ver com os valores de uma transferência de um jogador de Futebol".
Silvestre Gomes está há 15 anos na colectividade, começando por praticar Atletismo, mas depois "como não tinha muito jeito" resolveu desistir, mas não se desligou da modalidade, pois tirou o curso de monitor e de treinador.
Arnaldo Pascoal concluiu a interessante conversa com os jornalistas referindo que "o Recreativo participou no Campeonato Regional do Seixal e conseguiu ser campeão absoluto por equipas masculinas e femininas. São poucos os clubes que conseguem alcançar este feito. E antigamente ainda participávamos em mais provas, em torneios particulares, mas depois vimos que não tínhamos atletas para competir nas várias provas e acabamos por desistir, com muita pena nossa. Aproveito já agora a oportunidade para agradecer ao Silvestre, à Ângela e a todos os outros colaboradores todo o apoio e a ajuda que têm dado aos nossos atletas. Independentemente de eu ser o presidente, tenho que ter amigos que me apoiam e que me ajudam a levar esta colectividade mais para a frente".
Jornalista: João Miguel Pereira
Foto: Jornal do Barreiro
Mesmo com fracas condições, os atletas desta colectividade têm conseguido brilhantes prestações em provas internacionais, o que os faz sair precocemente para clubes com outra projecção, como é o caso do Sporting, do F.C. Porto e do Benfica.
Em entrevista ao Jornal do Barreiro, Arnaldo Pascoal falou do seu clube e dos seus desejos para uma época desportiva que está quase a começar.
O presidente da colectividade começou por dizer que "as principais dificuldades que o Recreativo atravessa são as mesmas que os outros clubes têm, pois a crise toca a todos".
Mesmo assim, Pascoal acredita que "esta época vai ser recheada de sucessos, pois a força de vontade de todos que aqui trabalham, há-de levar este clube a bom porto".
O presidente do Recreativo explicou também que "apesar da situação económica estar a descer, o clube tem conseguido com algum malabarismo e muita persistência manter as suas portas abertas e manter todas as suas actividades quer culturais, sociais, recreativas e desportivas".
Arnaldo Pascoal considera que apesar de ser considerado um clube desportivo, "o Recreativo também tem acções culturais e sociais, como por exemplo o associativismo. Apesar de existem muitas pessoas que conhecem o clube, nunca militaram ou sequer participaram na vida associativa".
Pascoal diz ainda que "o clube está de boa saúde, mas os directores já não. Estamos muito cansados e fartos de promessas que nunca irão ser cumpridas. Nós damos o nosso melhor, mas se ninguém nos ajuda, não podemos fazer mais nada e isso desanima; mas, apesar do desânimo, nunca desistimos nem perdemos o fulgor de continuar a trabalhar para mantermos este clube de boa saúde, apesar de cada vez ser mais difícil".
O presidente da colectividade referiu ainda que "grande parte das receitas do Recreativo vêm de um pequeno bar que nós temos perto da sede, que já foi alvo de várias polémicas. Como nós somos uma associação sem fins lucrativos, achamos que não deveríamos pagar os mesmos impostos que os outros espaços comerciais, que são feitos com um intuito de ter lucros ao fim do ano; e realmente não pagávamos, mas depois a inveja dos outros veio ao cimo e o Governo confronta-nos com um decreto-lei que nos tira vários milhares de euros no final do ano civil, o que nos complica ainda mais as contas".
Arnaldo Pascoal afirmou ainda que "o nosso bar tem lucros três vezes inferiores aos cafés aqui da zona, e ainda não fechámos porque queremos o bem dos nossos associados, que são o «motor» desta colectividade".
Além do bar, o clube consegue tirar receitas através de um contrato que tem com algumas lojas de comércio tradicional, onde os donos são associados ou amigos dos associados, mas mesmo assim "esses apoios são muito poucos, o que não dá para manter nem metade das modalidades que o Recreativo desenvolve".
Apesar do comércio local ajudar, Arnaldo Pascoal considera que "não o deveriam fazer, pois o Estado é que tinha obrigação de nos ajudar, mas infelizmente não nos passa cartão. Para o governo só existe o Porto, o Sporting e o Benfica, mais ninguém, e assim é difícil manter uma relação sã com o poder que não tem consideração nenhuma pelo nosso trabalho social, cultural e recreativo".
O presidente do clube não gosta "de políticos", mas admitiu que o líder da Câmara Municipal do Barreiro, "tem feito um esforço para dar à nossa colectividade um determinado apoio para ajudar a formar os nossos jovens, o que irá desenvolver o desporto no concelho".
Sobre os associados que frequentam o clube, Pascoal não tem qualquer crítica a fazer, até porque "existe uma grande relação de afectividade entre a colectividade e os associados, pois temos a sede sempre cheia, de manhã à noite. Mas também temos um problema, é que com o passar dos anos vemos que há um decréscimo de pessoas a frequentar o clube, o que nos leva a pensar que há uma crise forte ou então um desânimo dos associados. Mas eu não acredito no desânimo das pessoas, porque nos bailes, confraternizações e almoços, a maioria dos associados e da população de Santo André adere com muito gosto e até nos ajuda na preparação de tudo, desde a alimentação até à decoração do espaço".
Em relação às modalidades que se podem praticar no clube, Arnaldo Pascoal destaca o Atletismo, considerando mesmo "a menina dos olhos desta colectividade".
O presidente explicou ainda que o "objectivo do Recreativo não é encontrar jovens de alto gabarito, mas sim poder facultar a prática desportiva a todos os jovens do concelho e do distrito".
Apesar do clube ter ganho vários títulos nesta modalidade, Pascoal destaca que "a captação e a formação dos jovens é o mais importante, pois temos que ocupar os tempos livres desta rapaziada, para que não andem para aí a roubar ou a fazer qualquer coisa de mal. Temos que os chamar, dar-lhes tempo para fazer o que gostam, acarinha-los e apoia-los, para que eles se sintam importantes e verdadeiros membros desta sociedade".
O líder do Recreativo afirmou ainda que "o Atletismo é a grande bandeira do clube, porque é aí que temos tido as maiores virtudes, o que nos dá alento para tentarmos fazer mais e melhor, apesar de alguns pais não agradecerem nem reconhecerem o esforço que os técnicos aqui fazem em prol destes jovens, do desporto e da colectividade, muitas vezes sacrificando a sua vida pessoal".
Silvestre Gomes, vice-presidente e treinador de Atletismo do Recreativo entrou na conversa para afirmar que "o Barreiro não tem as condições necessárias para a prática do Atletismo e como tal temos que ir duas vezes por semana para a Pista Carla Sacramento, no Seixal, para treinarmos alguns aspectos específicos. Nos outros dias treinamos nas pistas da escola do Vale da Amoreira".
Gomes acrescentou ainda que "nem todos os atletas vão ao Seixal, pois só podemos ir de noite e alguns pais não deixam os seus filhos sair de casa após as 18 horas. Além disso, o clube só tem uma carrinha que não dá para levar todo o pessoal. Gostaríamos de ter uma pista aqui no Barreiro e não temos, nem sequer um local para treinar".
Mesmo assim, o clube tem conseguido grandes resultados devido "à boa organização que existe no clube, bem como à boa vontade dos atletas. Estamos a fazer um bom trabalho e isso é reconhecido pelos clubes grandes, que já nos compraram alguns atletas. É bom, mas o dinheiro que nos dão não chega nem para pagar as despesas, pois os valores obtidos numa transferência de um praticante de Atletismo não têm nada a ver com os valores de uma transferência de um jogador de Futebol".
Silvestre Gomes está há 15 anos na colectividade, começando por praticar Atletismo, mas depois "como não tinha muito jeito" resolveu desistir, mas não se desligou da modalidade, pois tirou o curso de monitor e de treinador.
Arnaldo Pascoal concluiu a interessante conversa com os jornalistas referindo que "o Recreativo participou no Campeonato Regional do Seixal e conseguiu ser campeão absoluto por equipas masculinas e femininas. São poucos os clubes que conseguem alcançar este feito. E antigamente ainda participávamos em mais provas, em torneios particulares, mas depois vimos que não tínhamos atletas para competir nas várias provas e acabamos por desistir, com muita pena nossa. Aproveito já agora a oportunidade para agradecer ao Silvestre, à Ângela e a todos os outros colaboradores todo o apoio e a ajuda que têm dado aos nossos atletas. Independentemente de eu ser o presidente, tenho que ter amigos que me apoiam e que me ajudam a levar esta colectividade mais para a frente".
Jornalista: João Miguel Pereira
Foto: Jornal do Barreiro
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