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terça-feira, setembro 05, 2006

"Principais vilões" atrasam PAN'2007

A 11 meses do Pan-Americano, o CO-Rio (Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos de 2007) ainda corre contra o tempo para resolver impasses em algumas das sedes para a competição. Mesmo negando atrasos significativos, a organização ainda lida com os "principais vilões" do Pan'2007, como mudanças recentes no projeto, indefinições sobre quem é o responsável por obras ou simplesmente burocracia comum.

COMO ESTÃO AS SEDES?

Marapendi, Outeiro, Riocentro, Cidade do Rock, Centro de Bowling, Miécimo, Sambódromo, Marina, Parque do Flamengo, Copacabana, Maracanã, Lagoa Rodrigo de Freitas, Aldeia Pan-Americana, Autódromo, Complexo Deodoro e Complexo João Havelange são os locais onde o Pan'2007 se vai desenrolar.
Para receber os cerca de 5500 atletas que virão ao Brasil para os Jogos, a organização está reformando ou construindo 16 grandes complexos. Alguns, como o do Autódromo, estão surgindo do nada. Outros, como o Maracanã, estão sendo completamente reformados. A cidade foi dividida em quatro grandes regiões. Das instalações construídas, reformadas ou adaptadas para a realização dos Jogos,48% irão ser permanentes e 52% temporárias.

Descubra agora o que está a ser feito e o andamento das obras nas sedes do Pan'2007:

Marapendi Country Club
Clube acostumado a receber grandes eventos de ténis, foi a sede do último jogo do Brasil na Taça Davis no Rio de Janeiro. Para o Pan, receberá uma série de instalações temporárias, para a montagem de um campo central e nove campos menores. A construção deve acontecer entre três a quatro meses antes da competição.

Complexo Esportivo do Autódromo
Obra que mais deu dor de cabeça ao CO-Rio até agora, o Autódromo ganhará três novas estruturas: a arena multiuso (para 15 mil pessoas), o centro aquático e o velódromo (que será permanente e não mais temporário), para as disputas de basquetebol, ciclismo, ginástica artística, natação, natação sincronizada e saltos para a àgua.

Uma guerra de liminares atrasou o início das obras e, segundo o último relatório do Tribunal de Contas da União, ainda existem processos judiciais pendentes que têm de ser resolvidos. Um deles envolve a reconstrução das áreas danificadas do traçado após o Pan.

Apesar dos atrasos, o ritmo da construção está acelerado, mas ainda nas fundações. Obras similares, como o Ginásio dos Desportos de Barueri, o mais moderno de São Paulo, por exemplo, levaram um ano para serem concluídas. O prazo de entrega, inicialmente previsto para Fevereiro, já foi mudado para Março.

Complexo Esportivo Deodoro
Localizado dentro da Vila Militar de Deodoro, o complexo terá cinco novos centros nacionais (hipismo, hóquei em campo, pentatlo moderno, tiro e tiro com arco). Inicialmente, o projeto não contava com os centros de hipismo e hóquei em campo. Justamente por isso, as obras estão atrasadas. Em 2005, foi feita uma licitação para as obras que não previam estas instalações. O processo teve de ser refeito e as obras começaram muito atrasadas.

A pedra fundamental foi lançada em Março de 2006, mas, efetivamente, as obras começaram no final de Julho. O ritmo, no entanto, é frenético. Na quarta-feira, inclusive, o ministro dos Desportos, Orlando Silva, anunciou o novo plano de trabalho, incluindo até mesmo um turno nocturno.

Complexo Esportivo João Havelange
A grande obra do Pan-2007, o estádio de Engenho de Dentro estava programado para ser entregue no mês que vem. No entanto, uma série de atrasos já adiou os prazos algumas vezes. A nova data de entrega é Fevereiro de 2007.

Projetado para 45 mil pessoas, e já prevendo ampliações para eventos como Jogos Olimpícos ou Campeonato do Mundo de Futebol, o Engenhão começou a sair do papel em 2004. Após vários entraves no andamento das obras, a construção está dentro dos novos prazos. O anel externo já está pronto e a cobertura começa a ser construída.

Segundo relatório do TCU, porém, as obras no entorno podem adiar a entrega. Dividida em quatro fases, a obra já tem as duas primeiras quase concluídas. As duas últimas, que incluem a construção das facilidades do estádio (energia, água e esgoto, águas pluviais e gás) e a adaptação dos acessos (confluência de oito ruas), ainda não foram contratados. Além disso, os acessos Sul e Leste têm aspectos pendentes externos que precisam ser resolvidas.

Complexo Esportivo do Maracanã
Um dos cartões postais do Rio de Janeiro, o complexo do Maracanã vai receber a Cerimónia de Abertura do Pan, além dos jogos de futebol, vôlei e pólo aquático. O centro aquático Julio Delamare já está reformado, recebendo, inclusive, o Mundial Júnior de Natação nesta semana. O Estádio do Maracanã e o Ginásio do Maracanãzinho, porém, inspiram cuidados.

O Estádio ficou fechado entre 2005 e 2006 para obras de modernização, mas foi reaberto após pressão das equipas cariocas para a disputa do Campeonato Brasileiro. Com isso, a reforma continua, mas é interrompida a cada partida da competição.

Outro problema é burocrático. Segundo "O Globo", a reforma que está a ser feita no Maracanã ainda é a mesma que começou em 2000, quando o Estádio foi usado no Mundial de Clubes da Fifa, e sofreu vários ajustes desde então.

No Maracanãzinho, as obras também foram interrompidas várias vezes e retomadas há pouco tempo. O atraso é significativo. Quando o Brasil ganhou o direito de organizar o Mundial Feminino de Basquetebol deste ano, a intenção era usar o ginásio como palco principal das disputas e aproveitar o evento como teste para o Pan. Os atrasos, porém, levaram a competição para São Paulo.

Lagoa Rodrigo de Freitas
Dividida em duas frentes independentes, as obras na Lagoa incluem a dragagem das raias e a reforma do Estádio para as provas de remo e canoagem. Segundo o TCU, a dragagem, estava prevista terminar em Agosto deste ano. Mas, a SERLA (Superintendência Estadual de Rios e Lagoas do Rio de Janeiro), responsável pelas obras, prevê entregar o Lago, apenas, no dia 28 de Outubro.

No estádio, as reformas são divididas entre o poder público e o estatal. A Glen Entertainment, detentora dos direitos de exploração do local, afirma que já começou a sua parte das obras (reforma do bloco 2, que consiste nas áreas de recepção, Vip, vestiários e balneários para atletas e àrbitros, boxes e o cais de chegada), mas espera o início da parte do Estado.

Marina da Glória e Riocentro
Palcos para Vela, Badminton, Boxe, Esgrima, Ginástica rítmica, Andebol, Judo, Halterofilismo, Lutas, Taekwondo, Ténis de Mesa e Trampolim Acrobático, a Marina da Glória e Riocentro são casos independentes no Rio-2007. As duas instalações tiveram as reformas necessárias para o Pan "trocadas" por concessões.

Na Marina, serão investidos R$ 41 milhões na reforma, aumentando a capacidade de 120 para 300 barcos, além de elevar o número de vagas na água de 400 para 1000. A construção de novos píer flutuantes, quebra-mar e garagem náutica e um molhe de proteção também estão sendo feitas. As obras devem terminar em Março.

No Riocentro, o caso é mais complicado. A concorrência que definiu a empresa vencedora da concessão está sob suspeita e as obras começam apenas em Dezembro. Segundo o projeto, serão usados cerca de R$ 68 milhões para as obras de adequação.

Morro do Outeiro, Complexo Esportivo Cidade do Rock, Sambódromo, Parque do Flamengo, Miécimo da Silva e Praia de Copacabana
Para as sedes que abrigarão estruturas temporárias, as instalações devem ser montadas três ou quatro meses antes dos Jogos, segundo estimativa do CO-RIO. Instalações no Morro do Outeiro, Cidade do Rock, Sambódromo, Parque do Flamengo e Miécimo da Silva são de responsabilidade da Prefeitura do Rio de Janeiro, e suas concessões ficarão sob responsabilidade da Secretaria Especial do Pan-2007.

A arena de Volei de Praia projetada para a Praia de Copacabana ficará sob tutela do Governo Federal. O Comitê actuará no planeamento e na operação, mas a montagem ficará a cargo das instituições governamentais. As licitações deverão ser feitas entre Setembro e Outubro.

Aldeia Olímpica
As obras dentro da Aldeia Pan-Americana estão adiantadas. Os 17 prédios que abrigarão os cerca de 5500 atletas já estão praticamente prontos e a previsão de entrega para um mês antes do Pan deve ser cumprida. O grande problema, porém, está fora da Aldeia: obras de infra-estruturas a cargo da Prefeitura, para o acesso ao complexo, ainda não foram feitas.

Além disso, o TCU está investigando o aluguer que o Co-Rio vai pagar à empresa que está a construir a Aldeia, pelo uso durante o Pan. De acordo com o relatório, o valor de R$ 25 milhões que será pago pode estar até R$ 11 milhões acima do valor de mercado.

Fonte: UOL Esporte