Manuel Oliveira de Sousa "lança" livro sobre desporto
Acaba de ser publicado o livro “Ponta de Lança”, uma selecção das crónicas com o mesmo nome, que desde há quinze anos Manuel Oliveira de Sousa assina no Correio do Vouga. A obra recolhe os pequenos apontamentos semanais que abordam o quotidiano à luz do desporto (e vice-versa); e é, ao mesmo tempo, uma forma de prestar tributo aos que durante anos colaboraram com o autor no Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil. “Ponta de Lança” terá apresentação pública no dia 2 de Setembro, no Centro Universitário Fé e Cultura.
Correio do Vouga - Chama a este conjunto de crónicas “Ensaios de Filosofia Social”. Porquê?
Manuel Oliveira de Sousa - O apontamento que o Correio do Vouga semanalmente publica é, em primeira análise, uma pequena tentativa de breve abordagem de um tema da actualidade. Desde o primeiro momento que definimos este artigo sob o mote analítico, especulativo, partindo do desporto para a vida ou da vida para o desporto, salpicado com alguma pitada de humor. Porém, com a maturação, porque vários elementos foram subsidiários – e vão para além do tempo, dos anos! –, houve mais exigência na definição do universo ideológico que serve de base à crónica. Ou seja, pretende-se objectivar as causas das relações do grupo humano e social, a sua interacção. Ao rever os textos da fase pós-Jubileu do ano 2000 (marcante também nos conteúdos abordados) surge em subtítulo a menção à estrutura literária utilizada e a matéria que versa: ensaios de filosofia social.
C.V. - Qual o ensaio que mais alegria lhe deu escrever?
M.O.S. - Eu tenho muito gosto nesta colaboração. Só assim é possível manter a fidelidade. Apesar de se tratar de textos pequenos, a inspiração nem sempre é a mesma. É importante não repetir a temática, o que por vezes é difícil, embora não faltem assuntos durante a semana. Dá uma satisfação enorme poder escrever o que penso sobre as realidades que nos envolvem. Mas houve momentos mar- marcantes... cantes... Há dois momentos ímpares. Em meados dos anos noventa, houve uma crise tremenda na arbitragem do futebol (como vê, é assunto que já passou à história!). A direcção do Correio do Vouga aceitou publicar no espaço atribuído ao “Ponta de Lança” apenas “Ponta de Lança. Assunto: Arbitragem. Corpo: Não falamos de coisas tristes!” E tudo resto ficou em branco. Pela confiança, pelo significado… foi importante! O segundo momento, é este, edição de parte dos textos. Apesar de ser o autor único dos textos, lembra, no início do presente livro (“A minha equipa”), as pessoas que consigo traba- trabalharam lharam em vários momentos... Durante vários anos, com todos os que comigo trabalharam no Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, demos um contributo importante aos jovens, à pastoral juvenil, à Igreja, ultrapassando as especificidades do SDPJ e os limites da Diocese. Estivemos na vanguarda de muito trabalho pastoral! Quando deixámos o SDPJ, considerei ser meu dever perpetuar, obviamente de forma simples, os que estiveram e estão comigo nesta quinzena de anos. Nada melhor que através de uma parte do Correio do Vouga, que foi também parte das nossas ocupações e preocupações, com grande carinho de todos.
C.V. - Alguma das crónicas lhe trouxe dissabores, tendo em conta que se refere por vezes criticamente a factos da vida nacional e regional? Pode contar?
M.O.S. - Reparos, críticas e outras ideias, sim. Dissabores não. Mas, por um lado, o Correio do Vouga, a direcção e a redacção, têm suportado praticamente todas as discordâncias. Por outro lado, este é um apontamento simples, de desporto – matéria farta! Tenho o privilégio de apresentar publicamente as minhas ideias e faço por abordar, sem ferir susceptibilidades, somente o óbvio, o que toda a gente vê (ou pode ver), apenas para ilustrar a essência do que quero expor! Veja, a título de mera ilustração, sublinho: somos um país pobre, pequeno, marginal do todo geográfico; faz sentido haver trinta e dois clubes de futebol profissional com dívidas por todo o lado? Formação e coerência na gestão! O mesmo se diga na educação e na saúde: impostos, contribuições, taxas, emolumentos, portagens... e péssimo serviço por todo o lado! Isto é tão evidente que não provoca dissabores a ninguém. Apenas reflicto e pretendo abrir outras perspectivas. As reacções contrárias se servirem melhor, porque devem servir melhor… óptimo!
C.V. - Prepara a edição de um livro sobre a Igreja e o Estado...
M.O.S. - Pelas razões atrás abordadas, senti como imperioso publicar primeiro o “Ponta de Lança”. É uma súmula feita para dedicação, a pensar nos que estão comigo a trabalhar há algum tempo, um livro de tributo. Quanto ao próximo livro, trata-se, realmente, de um trabalho académico, a tese de mestrado em História das Ideias, no âmbito da investigação que estou a fazer na Universidade Nova de Lisboa. Como em todos os trabalhos académicos, é necessário algum tempo para ser ultimada a publicação. São dois volumes de tese que obrigatoriamente têm de passar a um.
Fonte: Jornal Regional.com
Correio do Vouga - Chama a este conjunto de crónicas “Ensaios de Filosofia Social”. Porquê?
Manuel Oliveira de Sousa - O apontamento que o Correio do Vouga semanalmente publica é, em primeira análise, uma pequena tentativa de breve abordagem de um tema da actualidade. Desde o primeiro momento que definimos este artigo sob o mote analítico, especulativo, partindo do desporto para a vida ou da vida para o desporto, salpicado com alguma pitada de humor. Porém, com a maturação, porque vários elementos foram subsidiários – e vão para além do tempo, dos anos! –, houve mais exigência na definição do universo ideológico que serve de base à crónica. Ou seja, pretende-se objectivar as causas das relações do grupo humano e social, a sua interacção. Ao rever os textos da fase pós-Jubileu do ano 2000 (marcante também nos conteúdos abordados) surge em subtítulo a menção à estrutura literária utilizada e a matéria que versa: ensaios de filosofia social.
C.V. - Qual o ensaio que mais alegria lhe deu escrever?
M.O.S. - Eu tenho muito gosto nesta colaboração. Só assim é possível manter a fidelidade. Apesar de se tratar de textos pequenos, a inspiração nem sempre é a mesma. É importante não repetir a temática, o que por vezes é difícil, embora não faltem assuntos durante a semana. Dá uma satisfação enorme poder escrever o que penso sobre as realidades que nos envolvem. Mas houve momentos mar- marcantes... cantes... Há dois momentos ímpares. Em meados dos anos noventa, houve uma crise tremenda na arbitragem do futebol (como vê, é assunto que já passou à história!). A direcção do Correio do Vouga aceitou publicar no espaço atribuído ao “Ponta de Lança” apenas “Ponta de Lança. Assunto: Arbitragem. Corpo: Não falamos de coisas tristes!” E tudo resto ficou em branco. Pela confiança, pelo significado… foi importante! O segundo momento, é este, edição de parte dos textos. Apesar de ser o autor único dos textos, lembra, no início do presente livro (“A minha equipa”), as pessoas que consigo traba- trabalharam lharam em vários momentos... Durante vários anos, com todos os que comigo trabalharam no Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, demos um contributo importante aos jovens, à pastoral juvenil, à Igreja, ultrapassando as especificidades do SDPJ e os limites da Diocese. Estivemos na vanguarda de muito trabalho pastoral! Quando deixámos o SDPJ, considerei ser meu dever perpetuar, obviamente de forma simples, os que estiveram e estão comigo nesta quinzena de anos. Nada melhor que através de uma parte do Correio do Vouga, que foi também parte das nossas ocupações e preocupações, com grande carinho de todos.
C.V. - Alguma das crónicas lhe trouxe dissabores, tendo em conta que se refere por vezes criticamente a factos da vida nacional e regional? Pode contar?
M.O.S. - Reparos, críticas e outras ideias, sim. Dissabores não. Mas, por um lado, o Correio do Vouga, a direcção e a redacção, têm suportado praticamente todas as discordâncias. Por outro lado, este é um apontamento simples, de desporto – matéria farta! Tenho o privilégio de apresentar publicamente as minhas ideias e faço por abordar, sem ferir susceptibilidades, somente o óbvio, o que toda a gente vê (ou pode ver), apenas para ilustrar a essência do que quero expor! Veja, a título de mera ilustração, sublinho: somos um país pobre, pequeno, marginal do todo geográfico; faz sentido haver trinta e dois clubes de futebol profissional com dívidas por todo o lado? Formação e coerência na gestão! O mesmo se diga na educação e na saúde: impostos, contribuições, taxas, emolumentos, portagens... e péssimo serviço por todo o lado! Isto é tão evidente que não provoca dissabores a ninguém. Apenas reflicto e pretendo abrir outras perspectivas. As reacções contrárias se servirem melhor, porque devem servir melhor… óptimo!
C.V. - Prepara a edição de um livro sobre a Igreja e o Estado...
M.O.S. - Pelas razões atrás abordadas, senti como imperioso publicar primeiro o “Ponta de Lança”. É uma súmula feita para dedicação, a pensar nos que estão comigo a trabalhar há algum tempo, um livro de tributo. Quanto ao próximo livro, trata-se, realmente, de um trabalho académico, a tese de mestrado em História das Ideias, no âmbito da investigação que estou a fazer na Universidade Nova de Lisboa. Como em todos os trabalhos académicos, é necessário algum tempo para ser ultimada a publicação. São dois volumes de tese que obrigatoriamente têm de passar a um.
Fonte: Jornal Regional.com
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home